
Somos estrangeiras e viemos do centro de uma questão que habita cada segundo de todos nós . Como chegamos aqui? Foi por necessidade, por desejo ou por destino? A CIGANA.
A cigana procurava seu ritmo quando ele veio por um canal desconectado há certo tempo, o encontro possível com o outro.
Nesse encontro ela se perguntou: Quais caminhos foram percorridos pra que a capacidade de ver se tornasse um super-poder? Quando conversar com alguém se tornou um evento extra-cotidiano? Quando as partes de um todo passaram a não se reconhecer a ponto de se visitarem como desconhecidos?
Ela seguiu com sua gaiola vazia, por entender que dentro do invisível mora um pássaro gigante. Criou uma atmosfera de felicidade com uma imensa porta aberta para a troca. Pronto. Lá estava ela com seu sorriso e paciência sentada recebendo de presente a intimidade da cidade. Traições, amores fatais, generosidade orgulhosa, medo da solidão, submissão... Ela tinha cartas nas mãos, mas lia sua intuição nos olhos marejados e sedentos dos consulentes.
Era uma cigana sorridente, encantadora de pássaros invisíveis de cores mil e ainda assim não perdia a força do contato e da crença nas suas previsões. O incrível acontecia a cada palavra recebida de coração aberto. Eles estavam sós assim como nós que viemos do centro. Surpresa. A cigana não precisou perguntar para as cartas o porquê da solidão no interior do país. Ela logo descobriu que as distâncias dos mundos não é geográfica e nem temporal... a solidão é a saudade da resposta da pergunta inicial: Como chegamos aqui...
A Cigana
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