segunda-feira, 27 de julho de 2009

Para uma perfeita inglesa - Pontalina

Foto: Andrés Rodriguez

Conheci uma menina com olhos de magia e espírito investigativo. Intrigada com a minha súbita aparição, me indagava tentando construir em seu imaginário o mundo natal de Maria, o longínquo “Sítio Castanho”, onde as casas são de barro, as pessoas nunca deixam de estudar, pois estudar é contemplar a vida, ler e interpretar cada instante. No sítio natal de “Maria imaginária” as pessoas trocam o resultado de suas virtudes como presentes brindados.
-Lá não precisa de dinheiro? - indagou-me.
-Não.
-Como vocês vivem?
-Vivemos de troca. Por exemplo, eu escrevo poesia, então, quando quero um pão, dou de presente um poema bonito e profundo e recebo o pão cheiroso e quentinho da senhora que ama fazer pães.
-Vocês trocam as coisas, então?
-Não é melhor assim? - sorri Maria Primeira, batizada pela criança quase mulher que também lhe sorri cúmplice.
Não há nada mais terno do que a cumplicidade de uma criança.

Curandeira

Nenhum comentário:

Postar um comentário